quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Conclusão

Como a finalização deste trabalho posso concluir que os alimentos transgénicos são alimentos modificados geneticamente através da Biotecnologia, está consiste na introdução de um gene de um alimento para outro, com vista a melhorar a sua qualidade.
Apesar de esta nova tecnologia trazer bastantes vantagens tanto para a espécie humana como para as outras espécies, existem também desvantagens que devem ser modificadas, para uma melhor utilização.
Considero assim que consegui atingir os objectivos por mim traçados no inicio deste trabalho.

Há quanto tempo existem transgénicos


A primeira experiência laboratorial desta área teve lugar em 1973 Herbert Boyer e Stanley Cohen introduziram genes de um sapo no DNA de uma bactéria. O primeiro produto a ser comercializado foi o tomate Flavr Savr, alterado de um modo a durar mais tempo antes de apodrecer (começou a ser vendido em 1994 nos EUA mas foi retirado das vendas em 1997). Este produto nunca foi aprovado em Portugal.

Medicamentos feitos a partir de transgénicos

Há medicamentos produzidos com ou por transgénicos, sendo a insulina a mais conhecida. Medicamentos, enzimas, reagentes e vários produtos são fabricados a partir de microrganismos (bactérias) transgénicos em ambiente confinado, dentro de laboratórios ou fábricas, sem contacto com o meio ambiente ou com o consumidor. Esse tipo de uso da transgénica não representa um perigo ao meio ambiente ou à saúde, pois o consumidor recebe uma substância química purificada e analisada e não tem contacto com o micróbio transgénico.

Os alimentos transgénicos em Portugal


Em Portugal a investigação sobre organismos geneticamente modificados é mais recente. Os primeiros projectos datam do final dos anos 80. Dois deles foram realizados por uma equipa do IBET (Instituto de Biotecnologia Experimental Tecnológica) que, em parceria com investigadores alemães e belgas e com o financiamento da União Europeia, dedicaram-se à avaliação de riscos e da transformação de microrganismos. Hoje em dia o IBET está quase exclusivamente voltado para actividades laboratoriais de detecção de plantas com microrganismos geneticamente modificados ou de testes aos produtos alimentares.

O historial dos OGM em Portugal é recente e concentrado nos últimos cinco anos. Em 1993 surgiram as primeiras autorizações de plantas geneticamente modificadas para fins de investigação ou de desenvolvimento. Os primeiros produtos transgénicos a serem ensaiados consistiram numa variedade de tomate de vida prolongada. As primeiras culturas experimentais tiveram lugar em Vila Franca de Xira e Torres Vedras. Nos anos seguintes as experiências estenderam-se a espécies vegetais como o milho, uma variedade de batata e uma outra de eucalipto.
  Só no ano de 1998 foram entregues à Comissão Europeia notificações de libertações experimentais de OGM para o ambiente. É, aliás, a partir dessa data que se dá o grande “boom” e os campos experimentais de OGM mais que duplicam devido à instalação de mega-empresas para ensaios com milho transgénico.
O milho transgénico ocupa mais de metade do total de campos experimentais no país. As regiões onde se realizaram estas experiências foram o Alentejo (Montemor-o-Velho, Elvas), Ribatejo e Oeste (Vila Franca de Xira, Torres Vedras), a região centro (Coimbra, Abrantes) e, com menor expressão, a Região Norte (Viana do Castelo, Braga, Aveiro e Póvoa de Varzim).
Também em Portugal o movimento de opinião pública se tem feito sentir. Embora ainda pontual, a primeira acção de protesto foi desencadeada em 1997 pela organização ambientalista Greenpeace que, em conjunto com a Quercus, fez pressão contra a presença de um barco com milho transgénico no Porto de Lisboa.
O movimento de consumidores também está a condicionar política e economicamente a situação dos OGM. Apesar dos níveis de desinformação elevada que se verificam em Portugal, os portugueses também se manifestaram desfavoravelmente àquela aplicação biotecnológica. O risco, aceitável é muito baixo, perante uma evolução que será inevitável, quer do ponto de vista económico, quer social, o risco é muito baixo, pois tal como afirmam os agricultores não se pode colocar em risco a garantia de isenção de OGM das nossas produções, quando se sabe que, por enquanto e no próximo futuro, se prevê uma maior valorização dos não OGM. A qualidade das nossas produções é a única vantagem competitiva da produção agrícola nacional face a países com melhores solos, melhor clima, melhor estrutura fundiária e melhor tecnologia.


Politica dos alimentos transgénicos

No que se refere a política internacional nesta matéria houve a assinatura do Protocolo de Biosegurança em Montreal. Neste Protocolo estão previstas regras precisas para o comércio internacional de OGM. O seu objectivo principal é «contribuir para garantir um nível adequado de protecção para a transferência, manipulação e utilização seguras de organismos vivos geneticamente modificados resultantes da biotecnologia, que possam ter efeitos adversos na conservação e a utilização sustentável da biodiversidade tendo também em linha de conta os riscos para a saúde humana». Através deste acordo concertado entre 138 países pode impedir-se a importação de transgénicos considerados perigosos para o ambiente ou para a saúde humana, mesmo quando não existem certezas dos seus efeitos negativos. No fundo, trata-se da aplicação do princípio de precaução em relação ao comércio internacional de organismos geneticamente modificados. Deste modo, cada país fica com o direito de recusar a importação de OGM alegando não possuir conhecimento científico suficiente sobre os riscos que essa introdução pode ter nesse país.
Na Europa a implantação dos transgénicos tem sido menos rápida e mais contida. Mas enquanto nos Estados Unidos foi aprovado o cultivo e a utilização comercial de cerca de 30 variedades de sementes geneticamente modificadas, a UE limitou-se a permitir a comercialização e o cultivo de três espécies de variedades vegetais geneticamente modificadas para alimentação: o milho, a soja e a chicória. O milho Bt tem sido mais cultivado representando 27% da plantação de transgénicos na Europa.
Na Europa, o movimento de opinião pública inicia-se mais cedo do que nos EUA, manifestando claramente uma posição desfavorável em relação aos OGM. As primeiras contestações públicas surgem em França e Inglaterra durante os anos de 1997 e 1998 quando se invadiram e incendiaram campos de experimentação e cultura de OGM. Na sequência destas crescentes manifestações públicas os governos sentiram-se pressionados surgindo então as primeiras tomadas de posição oficiais contra os OGM.
Já a produção de órgãos para transplante humano e a produção de alimentos GM baixa o teor de concordância, reunindo opiniões mais desfavoráveis e percepções de risco mais acentuadas. Esta tendência para uma opinião crescentemente desfavorável dos europeus em relação aos alimentos geneticamente modificados (AGM) verifica-se também quando se questiona sobre o seu encorajamento futuro.
A Espanha é o único país europeu que continua a cultivar novas espécies de milho geneticamente modificado. No resto dos países continua suspensa esta autorização, embora esta moratória na prática não se tenha revelado muito eficaz no que diz respeito à experimentação.

Vantagens e desvantagens dos alimentos trasngénicos

As principais vantagens dos alimentos transgénicos são:
•Resistência às doenças;
•Tolerância a herbicidas;
•Resistência a insectos;
•Menor acumulação de metais pesados;
•Maior resistência e durabilidade na estocagem e armazenamento;
•Alimentos mais nutritivos;
•Aumento na produção de alimentos;
•Desenvolvimento de espécies com características desejáveis;
•Redução do dinheiro gasto em pesticidas.

Existem vários tipos de desvantagens nos alimentos transgénicos, como por exemplo risco para a saúde dos humanos e os riscos para o ambiente.
Riscos para a saúde humana:
•Resistência das bactérias existentes no organismo humano a antibióticos;
•Alterações no sistema imunológico e em vários órgãos vitais;
•Alergias alimentares;
•Redução de substâncias benéficas, inclusive que protegem contra o cancro;
•Evidências científicas de acção cancerígena;
•Problemas gastrointestinais;
•Riscos para o meio ambiente;
•Perda da diversidade genética na agricultura;
•Variedade de plantas susceptíveis ao ataque de pragas e doenças;
•Poluição genética;
•Surgimento de super pragas;
•Extermínio de insectos benéficos para a agricultura;
•Mudanças na vida microbiana do solo;
•Irreversibilidade dos impactos na Natureza.
Para além dos riscos mencionados existem Problemas Éticos e religiosos, como por exemplo parte significativa da população mundial não come carne de porco, e os vegetarianos não comem proteínas de origem animal. Embora sendo o ADN de todos os seres vivos constituído por unidades idênticas o que se transfere não só uma estrutura química mas informação genética e propriedades físicas que poderão constituir uma interferência com opções religiosas ou modos de vida.

Como cultivar alimentos transgénicos

No que diz respeito a cultivação dos transgénicos também existem regras. Uma das preocupações manifestadas em relação à utilização de plantas transgénicas prende-se com a possível polinização cruzada entre estas espécies com as existentes na Natureza ou com culturas não modificadas. Vários estudos têm demonstrado que a existência de polinização cruzada é real, mas que diminui drasticamente com a distância à cultura transgénica. Abud et al. (2007), num estudo realizado no Brasil, demonstraram que após 10 metros de distanciamento entre plantas de soja transgénica e soja convencional, a polinização cruzada é negligenciável. No caso do milho, Ma et al. (2004) referem que essa distância é de aproximadamente 30 metros. Tais dados levam a que, para a plantação de uma cultura transgénica, tenha que ser respeitada uma determinada distância de segurança em relação às culturas vizinhas. Os investigadores defendem que esta distância deve ser avaliada caso a caso devido às diferenças no tamanho, peso e meio de transporte dos diferentes grãos de pólen.